quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O poema do poeta desconhecido

Encontram sempre algo novo,
novo do velho poeta,
o poeta Carlos,
famoso,
o do; e agora José?...
mas os novos poetas,
os desconhecidos,
desconhecem,
não dão valor,
são novos e vivos,
admirar pra que?
o poema é chato,
o poeta também,
quem sabe um dia...

Márcio Reis

Poemas inéditos de Carlos Drummond de Andrade são descobertos em São Paulo

A seguir, você confere a íntegra de “O poema das mãos soluçantes, que se erguem num desejo e numa súplica”, um dos textos inéditos.

O poema das mãos soluçantes, que se erguem num desejo e numa súplica

Como são belas as tuas mãos, como são belas as tuas mãos pálidas como uma canção em surdina...
As tuas mãos dançam a dança incerta do desejo, e afagam, e beijam e apertam...
As tuas mãos procuram no alto a lâmpada invisível, a lâmpada que nunca será tocada...
As tuas mãos procuram no alto a flor silenciosa, a flor que nunca será colhida...
Como é bela a volúpia inútil de teus dedos...
O poema das mãos que não terão outras mãos numa tarde fria de Junho
Pobres das mãos viúvas, mãos compridas e desoladas, que procuram em vão, desejam em vão...
Há em torno a elas a tristeza infinita de qualquer coisa que se perdeu para sempre...
E as mãos viúvas se encarquilham, trêmulas, cheias de rugas, vazias de outras mãos...
E as mãos viúvas tateiam, insones, − as friorentas mãos viúvas...
O poema dos olhos que adormeceram vendo a beleza da terra
Tudo eles viram, viram as águas quietas e suaves, as águas inquietas e sombrias...
E viram a alma das paisagens sob o outono, o voo dos pássaros vadios, e os crepúsculos sanguejantes...
E viram toda a beleza da terra, esparsa nas flores e nas nuvens, nos recantos de sombra e no dorso voluptuoso das colinas...

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Eu te encontrei


Eu já ouvi muitos relatos sobre o amor. Alguns belos e emocionantes,  outros nem tanto. Sinceramente, eu já havia desacreditado que um dia eu pudesse sair do platonismo e assim, viver enfim, um amor de verdade. Daqueles com direito a apenas uma passagem de ida com destino a uma viagem repleta de altos e baixos na montanha russa dos sentimentos.
É, vivi para expressar ao mundo que sou uma das pessoas mais agraciadas por ter encontrado o amor da minha vida. E não me sinto nem um pouco precipitado ao declarar isto. Eu, mais que ninguém, sei o quanto me preencho a cada dia por estar com a pessoa certa.
Momentos ruins, todos enfrentam, no entanto o mais importante é a capacidade de regeneração que o amor tem ao curar cada mágoa no seu coração. Nenhum ressentimento resiste em um peito onde o amor habita.
Hoje eu não sei mais como é viver sozinho. Eu não imagino como seria deitar a noite e não poder te ouvir respirando até dormir. Eu não suportaria a dor de não receber suas mensagens ou ligações querendo saber como ou com quem estou. Eu não aguentaria o fardo de não te ter em meus braços quando eu te encontrasse depois de algum tempo sem nos vermos. Eu simplesmente não existo mais sem você.
Tudo isso pode parecer exagerado e, na verdade, realmente é. Mas o amor é isso. O amor é exagero, é entrega, é viver no limite. O amor é loucura.
É perfeito ter com quem contar. Ter aquele apoio para tudo. Saber que existe uma pessoa dedicada a ver teu bem e isso não tem preço. Hoje consigo garantir sem medo que meus vazios foram todos devidamente preenchidos.
Dormir com o teu "boa noite" e acordar com o teu "bom dia", ser o teu primeiro e último pensamento e você também ser o meu. Nunca precisei de tão pouco para ser tão realizado.
Encontrei. Eu te encontrei. Obrigado.
Jey Leonardo

Amor: o único infinito tangível

Estar no amor não é fácil. Viver no amor é mais difícil ainda. Quando nos envolvemos a uma pessoa, parece que ela se torna o nosso tão precioso oxigênio que, por mais que tentemos evitar o processo de respiração, involuntariamente o nosso organismo se encarrega de fazê-lo por nós. A gente acha que qualquer mínimo detalhe que a pessoa deixe, possa vir a ser uma pista. É ridículo. Acabamos nos tornando vítimas submissas e ensandecidas de um sentimento que, por natureza, deveria ser apenas singelo e doce. É um cárcere enlouquecedor. E a partir daí surgem as incertezas, a síndrome da insuficiência, a insegurança, os dramas, o caos interno e, principalmente, o medo de não corresponder em atitudes e na vivência diária, tudo aquilo que guarda no coração. O amor é o único infinito tangível. Podemos senti-lo das mais diferentes maneiras. Muitas vezes não tão agradáveis, porém reais e avassaladoras. Amar é a guerra mais cruel e interminável entre dois fortes oponentes: você e você. Tem que existir muita coragem para enfrentar as batalhas que o amor vai te instigar a lutar. Mas, se todo esse esforço for pela pessoa certa, não tenha medo. Vai valer muito a pena. Jey Leonardo