domingo, 16 de junho de 2013

Necrológio dos desiludidos do amor



Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

–– poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

Imagem: Drummond em Copacabana, em 1982, fotografado por Rogério Reis, imagem que serviria de modelo para a estátua instalada anos depois no mesmo banco, em homenagem ao poeta.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ricina.

A ricina é uma toxina, encontrada em uma planta muito comum em nosso país, a mamoneira (Ricinus communis), também conhecida como rícino, carrapateira, enxerida e palma-de-cristo                                                                                     .IMG_2492Muitas plantas produzem substâncias tóxicas, mas a ricina parece ser a mais potente toxina vegetal. Ao ser inalada, ingerida ou injetada, a ricina entra nas células e se liga aos ribossomos, impedindo a produção de proteínas e levando a célula à morte. Os sintomas da intoxicação dependem da forma pela qual a ricina entrou no organismo, mas, sempre demoram horas para aparecer e geralmente incluem diarreia, taquicardia, náuseas, convulsões. Dependendo da via de contaminação e da dose recebida, pode haver comprometimento das funções pulmonares com dificuldade respiratória que pode levar à morte, entre 36 e 72 horas após a  intoxicação.
Na planta, a ricina é sintetizada no endosperma da semente da mamona. Por meio de processos relativamente simples, ela pode ser purificada a partir dos resíduos  da fabricação do óleo de rícino. Quantidades muito pequenas, menos de 1,8 microgramas (massa de alguns grãos de sal) são letais para um homem adulto.
A intoxicação, também pode acontecer acidentalmente, pela ingestão de sementes de mamona. Mas seriam necessárias a polpa de 8 grãos ou 15 a 20 sementes inteiras para trazer risco a uma criança, por isso, esse tipo de acidente é muito raro.Por causa de seu potencial para causar danos ao organismo humano e de outros animais, a ricina já foi usada em atividades de espionagem que mais parecem saídas de um filme: no ano de 1978, um jornalista búlgaro que vivia em Londres foi  atacado por um homem com um guarda-chuva de onde foi disparada uma pelota de ricina  que se alojou sob a pele do jornalista. Poucos dias depois o jornalista morreu e durante a autópsia, os médicos encontraram a pelota contendo o veneno.
Curiosamente, o óleo de rícino utilizado desde a Antiguidade (há registros de seu uso no antigo Egito) como medicamento, e extraído das sementes da mamona,  não é tóxico, porque a ricina não é lipossolúvel (solúvel em óleo). A ingestão de óleo de rícino tem efeito laxante e produz o esvaziamento intestinal poucas horas após sua ingestão. Doses excessivas produzem náusea, vômito, diarreia.
No entanto,  muito mais importante do que a ricina, é o óleo que a mamoneira produz. A área da pesquisa que se ocupa de identificar aplicações para esse óleo e seus derivados é a  ricinoquímica, (similar à petroquímica).  Assim como o petróleo, o óleo de mamona é usado na produção de uma imensa gama de compostos, como por exemplo:  biodiesel,  lubrificantes e fluidos hidráulicos,  resinas e borrachas,  cosméticos,  fungicidas,  impermeabilizantes de tecidos,  tintas,  perfumes e aromas sintéticos. Estes e muitos outros produtos são usados nas indústrias naval, eletro-eletrônica, de construção civil, de refrigeração, de cosméticos e de produtos médicos, veterinários e odontológicos.https://cienciasnoseculoxxi.wordpress.com/tag/ricina/

O que é ricina?

Ricina.
A ricina é uma toxina, encontrada em uma planta muito comum em nosso país, a mamoneira (Ricinus communis), também conhecida como rícino, carrapateira, enxerida e palma-de-cristo.

Autoridades interceptam carta com ricina endereçada a Obama FONTE:http://oglobo.globo.com/mundo/autoridades-interceptam-carta-com-ricina-enderecada-obama-8544811