A ricina é uma toxina, encontrada em uma planta muito comum em nosso país, a mamoneira (Ricinus communis), também conhecida como rícino, carrapateira, enxerida e palma-de-cristo .
Muitas plantas produzem substâncias tóxicas, mas a ricina parece ser a mais potente toxina vegetal. Ao ser inalada, ingerida ou injetada, a ricina entra nas células e se liga aos ribossomos, impedindo a produção de proteínas e levando a célula à morte. Os sintomas da intoxicação dependem da forma pela qual a ricina entrou no organismo, mas, sempre demoram horas para aparecer e geralmente incluem diarreia, taquicardia, náuseas, convulsões. Dependendo da via de contaminação e da dose recebida, pode haver comprometimento das funções pulmonares com dificuldade respiratória que pode levar à morte, entre 36 e 72 horas após a intoxicação.
Na planta, a ricina é sintetizada no endosperma da semente da mamona. Por meio de processos relativamente simples, ela pode ser purificada a partir dos resíduos da fabricação do óleo de rícino. Quantidades muito pequenas, menos de 1,8 microgramas (massa de alguns grãos de sal) são letais para um homem adulto.
A intoxicação, também pode acontecer acidentalmente, pela ingestão de sementes de mamona. Mas seriam necessárias a polpa de 8 grãos ou 15 a 20 sementes inteiras para trazer risco a uma criança, por isso, esse tipo de acidente é muito raro.Por causa de seu potencial para causar danos ao organismo humano e de outros animais, a ricina já foi usada em atividades de espionagem que mais parecem saídas de um filme: no ano de 1978, um jornalista búlgaro que vivia em Londres foi atacado por um homem com um guarda-chuva de onde foi disparada uma pelota de ricina que se alojou sob a pele do jornalista. Poucos dias depois o jornalista morreu e durante a autópsia, os médicos encontraram a pelota contendo o veneno.
Curiosamente, o óleo de rícino utilizado desde a Antiguidade (há registros de seu uso no antigo Egito) como medicamento, e extraído das sementes da mamona, não é tóxico, porque a ricina não é lipossolúvel (solúvel em óleo). A ingestão de óleo de rícino tem efeito laxante e produz o esvaziamento intestinal poucas horas após sua ingestão. Doses excessivas produzem náusea, vômito, diarreia.
No entanto, muito mais importante do que a ricina, é o óleo que a mamoneira produz. A área da pesquisa que se ocupa de identificar aplicações para esse óleo e seus derivados é a ricinoquímica, (similar à petroquímica). Assim como o petróleo, o óleo de mamona é usado na produção de uma imensa gama de compostos, como por exemplo: biodiesel, lubrificantes e fluidos hidráulicos, resinas e borrachas, cosméticos, fungicidas, impermeabilizantes de tecidos, tintas, perfumes e aromas sintéticos. Estes e muitos outros produtos são usados nas indústrias naval, eletro-eletrônica, de construção civil, de refrigeração, de cosméticos e de produtos médicos, veterinários e odontológicos.https://cienciasnoseculoxxi.wordpress.com/tag/ricina/